Protagonista da história: Vinícius Carmezim
Cidade: Salvador – Bahia
Quando entrou na Inventivos: 2022
Já tinha um negócio quando ingressou na Inventivos: sim
Nome da empresa: Ziê
Inventivos: Como você conheceu a Inventivos e porque decidiu fazer parte da comunidade?
Há algum tempo eu conheci Monique Evelle, que é umas das fundadoras da Inventivos, em um shopping. Eu estava participando de uma loja colaborativa e ela entrou na loja, superempolgada por estar voltando pra Salvador, e a dona da loja estava também empolgada. Repetia “Monique está aí, Monique está aí”. E eu não a conhecia, eu era recém-chegado no empreendedorismo e fui pesquisar sobre. Monique comprou um bucket meu e dias depois fez uma lista de marcas potenciais de Salvador para o ano de 2019.
Foi aí que eu entendi quem era Monique e toda comunidade que ela carrega, e decidi entrar para a Inventivos. Eu só consegui entrar realmente para a Inventivos no início desse ano, em 2022.
A Ziê começou e muito rapidamente alcancei o nível máximo de produção — a Ziê inicialmente era formada hoje por eu e mainha.
A gente não conseguia dar conta da produção. Aí chegou a pandemia, todo mundo fechando seus negócios e a gente lá, trabalhando com máscara, mas funcionando.
Como eu comecei sem saber nada, os principais cursos da Inventivos, e as aulas iniciais, já me permitiram identificar coisas que eu fazia, que não fazia, tinha ou não tinha. Por isso eu digo que o curso Empreender do Zero, da Inventivos, me ajudou muitíssimo.
À época, eu tinha capacidade de ter um e-commerce e comecei a estudar para montar a loja virtual. Nesse sentido, o curso me ajudou bastante também.
Logo a produção deu um “boom” e eu tive que sair do site, tive que sair da loja colaborativa e esse, hoje, é o meu principal gargalo: conseguir ter estoque para atender o público que me procura.
Qual foi a diferença que a Inventivos fez para o seu negócio?
As aulas, os artigos de Lucas me ajudaram muito a entender o motivo pelo qual eu ficava tão sobrecarregado e com coisas simples eu poderia tirar um pouco da carga e delegar algumas funções básicas e começar a tratar de outras coisas dentro da empresa.
A Inventivos me ajudou a entender como se cria um negócio do zero, quais as prioridades, o que tem que ser feito, conhecer a minha empresa, a minha marca, quem está comigo, quais os problemas que eu tenho hoje, pra começar a resolver isso e crescer, e conseguir ter estoque.
No meio disso tudo, em 2022, eu fui convidado pela equipe de Afropunk Bahia para criar um brinde de press kit, para enviar para os influenciadores que vão participar do evento. Foi uma coisa muito assustadora porque, com a capacidade de produção que tenho hoje, para hoje conseguir produzir 250 peças, eu tenho que parar absolutamente tudo: eu não posso pegar encomenda do Instagram, eu não posso atender pessoas que me procuram no WhatsApp. A minha produção fica exclusivamente para isso.
Mas como era um sonho! Eu fui para o Afropunk Bahia no ano passado e teve um evento do Afropunk no último carnaval de 2020 — e eles me procuraram para fazer as pochetes de brinde — e eu fiquei muito lisonjeado, mas muito assustado com isso tudo. Mas conversei com minha mãe, conversei com Monique Evelle, “metemos as caras” e deu certo.
Pra mim, estar hoje no maior evento de cultura negra do mundo e estar criando uma peça exclusiva para esse evento, para que essas pessoas que eu admiro e com quem eu aprendo diariamente — tanto da produção, quanto as pessoas que falam do evento, que divulgam o evento, que estiveram no evento do ano passado — é muito importante pro meu trabalho e pra mim.
Estar participando disso é uma riqueza, um aprendizado, e demonstra que o que eu tenho aprendido com a Inventivos tem dado certo.
Porque a gente conseguiu entregar todas as peças e ainda recebemos a encomenda de mais peças, porque as pessoas ficaram encantadas, já que as pessoas que receberam os press kits começaram a divulgar.
Eu quis que essa produção fosse em collab, uma colaboração entre Afropunk Bahia e Ziê, então todos eles divulgaram, marcaram a Ziê. Então, estar vinculado a esse evento e a todas as pessoas que participaram é um sonho. É a certeza de estar no caminho certo.
Fui num evento aqui em Salvador, um evento importantíssimo, e Monique Evelle estava com a minha pochete do Afropunk. E Melly estava com a minha pochete do Afropunk. Então, ver essas pessoas na rua utilizando, que são pessoas que eu admiro e que são representativas para mim, usando essas peças, é um sonho realizado, e a certeza de que estamos no caminho certo e que temos construído bases diante de tudo que tenho aprendido com mainha, com meu pai, com a experiência da Ziê, com a Inventivos. E sim: estamos no caminho certo.
Qual é a dica que você dá para quem quer começar a empreender?
Para quem está começando a empreender com produto físico, para quem quer começar a afroempreender: conheça o que você quer fazer, saiba como funciona, seja apaixonado pelo que você faz e lembre que é importante estudar; aprender com pessoas que têm mais experiência e que podem dar orientações, que às vezes vai parecer uma coisa simples. Por exemplo: Lucas mandou uma mensagem no Cartas de um empreendedor, que é publicada aos domingos, falando sobre delegar funções, e isso é uma coisa que eu carrego comigo até hoje.
Porque eu cortava, eu comprava material, eu entregava, eu respondia no Instagram, eu costurava, eu fazia tudo isso e todas as outras funções que a Ziê demandava. Mas eu poderia ter facilitado o meu processo.
Se eu soubesse desde o início delegar pequenas funções, como comprar material, atender online, ensinar a quem poderia cortar, que é uma atividade mais simples, que você pode ensinar. Esse ponto de delegar funções me marcou e me ajudou.
Por isso minha dica é: entenda qual é o seu negócio, o que você está querendo fazer. Tem que gostar disso, amar isso, porque não vai ser fácil, e quando a gente faz uma coisa que a gente ama, a gente sabe o motivo de continuar quando chega um perrengue (porque vai ter muito perrengue). E, aprender com pessoas que possam lhe ensinar coisas básicas e também avançadas, porque sozinho a gente “bate a cabeça”. E estando junto com pessoas que se importam com o nosso crescimento, que se importam com o nosso negócio, a gente avança. E nisso a Inventivos é incrível.
Tem muita gente preta que entende de muitos assuntos, querendo que você cresça também, querendo que você fale do seu negócio pra te ajudar, fale quais são os problemas que o seu negócio tem hoje pra te ajudar, e isso tem uma função absurda no seu crescimento.