“Jeferson de Oliveira Dorea, morador da favela do Andaraí”. Foi assim que Jeferson , CEO do Point do Mestre, pizzaria premiada, começou a conversa em nossa live.
Jeferson Oliveira foi ganhador do Self Made Brasil, um reality show de empreendedores que reúne competidores que desejam apresentar seus produtos gastronômicos e conquistar um bom espaço no mercado.
Nossa cofundadora Monique Evelle foi jurada e mentora de negócios na temporada de estreia, em 2022.
Com a sua pizzaria, Jeferson atende um complexo de favelas, o Complexo do Andaraí, e outros clientes em bairros da região. Ele compartilhou com a gente como começou a empreender com comida e tornou seu negócio conhecido e lucrativo.
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Agora confira como foi a conversa com Jeferson Oliveira.
Quem é você?
Eu sou Jeferson de Oliveira Dorea, morador da favela do Andaraí, Rio de Janeiro. A gente está num caminho vitorioso porque a gente põe a mão na massa literalmente. O Point do Mestre é um negócio de família. Trabalha eu, minha esposa, meu filho mais velho e aos finais de semana contrato outras pessoas devido a demanda.
Quando Monique Evelle perguntou pra você, durante o Self Made Brasil, por que você quer descer o asfalto se você pode ganhar dinheiro nas favelas, o que você sentiu?
Virou a chave. Foi um momento que eu estava precisando e foi esclarecedor. Eu fui voto vencido e parei para analisar e estudar os números que Monique passa pra gente. A gente já tem o nicho, já sabe o que fazer, mas muitas vezes falta esse empurrão.
Às vezes a gente fica deslumbrado, quer abraçar o mundo com as mãos e não é por aí. Existe um processo, a gente tem que imergir naquilo que a gente está fazendo. Fazer pesquisa de mercado, saber o território que a gente está pisando.
Hoje estou muito mais consolidado na minha comunidade atendendo meu público alvo. Eu tinha um sonho de atender toda minha comunidade, o Complexo do Andaraí. Ter clientes cadastrados em cada uma das cinco comunidades dentro do Complexo que é Andaraí, Caçapava, Saviana, Nova Divinéia e a Borda do Mato e e hoje eu consegui.
Entendendo isso consegui 90 novos clientes em 3 semanas.
De onde veio a motivação pra você desenvolver a sua ideia de negócio?
Eu fui pai muito cedo e comecei a trabalhar muito cedo. Então cada hora estava em um lugar. Tive que escolher entre estudar e trabalhar. Então fiquei rodando: barraquinha de cachorro-quente, adega e fui trabalhar para um senhor que tinha um bar. Só que é pesado trabalhar com gastronomia à noite.
Sempre tive uma vontade de ter uma lanchonete pra trabalhar pra mim e não ficar saindo 2 horas da manhã.
Foi muito importante pra mim esse momento de trabalhar pra terceiros. Eu fiz curso de vinhos, sempre fui um rapaz muito inquieto e sempre gostei de inovar. Eu fiquei 16 anos trabalhando para essa rede de restaurantes. Mas eu senti que eu já estava muito pronto e as coisas não aconteciam. Como por exemplo, aumento de salário e uma promoção de destaque por que me preparei pra isso. E eu queria empreender com gastronomia porque era o que eu sabia fazer.
Como você não paralisou diante dos medos?
Eu tive muito medo. Eu vendi minha moto que levei anos pra comprar. Vendi pra fazer o investimento no negócio, mas eu tive uma rede de apoio.
Você tem que ter uma rede de apoio. Ninguém faz nada sozinho.
Eu dei 800 reais de entrada para meu amigo, pra comprar 10 mil reais em equipamentos. E ele confiou em mim, eu paguei e hoje já até renovei esses equipamentos.
O conselho que dou pra quem quer empreender é que a paciência é ótima, mas a procrastinação se aproxima da paciência. Você pode ter paciência sim, mas tem que se movimentar.
Jeferson Oliveira
Olha o que aconteceu comigo. Eu conheci Mano Brown, Sheron Menezes, Guga Rocha, Andreazi e Monique Evelle. Tem que se movimentar.
Quais estratégias você utilizou para lançar seu negócio?
A primeira estratégia que fiz foi não cobrar taxa de entrega na rua que o quiosque reside. Assim ganhei uma gama de clientes muito rápido. Eu queria que minha pizza chegasse na casa das pessoas. Então fiz a pizza chegar até a casa das pessoas com qualidade.
Eu fui buscar o que nós não tínhamos. Eu me coloquei no lugar de cliente. Você queria comer algo aos finais de semana a partir de R$ 49,00. Eu falei: Opa! Não é todo final de semana que eu tenho esse valor pra dar em um lanche. Então preciso buscar uma opção que me atenda.
Então lancei meu negócio com finger food – tudo aquilo que é possível comer usando as mãos em pequenas porções – e fui conquistando as pessoas pela popularidade, sem perder a qualidade.
Consegui atrelar a popularidade do preço com a qualidade do produto.
Quais seus maiores aprendizados da sua jornada empreendedora?
De início, o que me prejudicou muito foi a gente não fazer ficha técnica. Eu não sabia quanto reais eu fazia com uma peça de mussarela, por exemplo. Aí você não sabe se está obtendo lucro, tá empatando ou perdendo o jogo. E eu fiz isso durante um tempo. Estava ali na correria sem ter um mínimo de conhecimento.
Compartilha com a gente dicas de pessoas, livros, podcasts pra galera que quer empreender.
A gente tem que ter alguém pra olhar e admirar. No meu caso foi o chef João Diamante.
Quem sabe onde quer chegar encurta o caminho.
Jeferson Oliveira
Eu tive o prazer de conhecer o Rick Chesther, indico o livro dele A favela venceu: De um povo heroico o brado retumbante . Ele causa uma interrogação na gente se de fato a favela venceu, o que falta pra vencer.