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STATUS DE RELACIONAMENTO: GRANDES MARCAS BUSCAM SE AFASTAR DO PÚBLICO DA PERIFERIA

grandes marcas e o público da periferia

Esse artigo foi escrito e compartilhado pelo membro da plataforma Inventivos, Ayandson Melo. Edição: Inventivos.

Quero falar sobre marcas consumidas por pessoas que têm o mesmo corpo que o meu – negro –, e que vêm do mesmo contexto que eu – periferia. Mas que, apesar de sermos clientes dessas empresas, não nos vemos em suas campanhas de publicidade e também em nenhum outro ponto de contato da marca.

Recentemente descobri que não é coincidência eu não me ver nesses espaços: Renato Meirelles, diretor da Data Popular – instituto que atende clientes que têm interesse em conhecer os dados de consumo e comportamento da classe C – afirmou que muitas marcas já o procuraram com o objetivo de querer se distanciar do seu público mais pobre.

Boa parte das marcas têm vergonha de seus clientes mais pobres. São marcas que historicamente foram posicionadas para a elite e o consumidor que compra exclusividade pode não estar muito feliz com essa democratização do consumo

– Renato Meirelles

Com iniciativas como essa e o desinteresse em se aproximar desse público, grandes marcas perdem oportunidade de se posicionar e se tornar uma marca inclusiva, responsável e autêntica.

Felizmente há exceções. Como um exemplo positivo de posicionamento e diversidade, em 2018, a Nike escolheu o jogador de NFL Colin Kaepernick para ser um dos rostos que estampava a campanha especial da marca em comemoração aos 30 anos do icônico slogan “Just Do It”. Anos antes, Kaepernick se envolveu em manifestações contra as injustiças raciais e sociais nos Estados Unidos. Esses protestos polarizaram muitos fãs do esporte.

Dessa forma, o posicionamento da Nike em convidar o atleta para estampar essa campanha mostra a preocupação em aproximar um perfil muito relevante e consumidor da marca: pessoas negras. Além de contribuir no fortalecimento da identidade e possibilitar a criação de novas narrativas.

Eu consumo muito bregafunk, ritmo muito popular aqui em Pernambuco, principalmente em espaços periféricos. Nas músicas, boa parte dos MC’s citam a marcas do universo da moda. Anderson Neiff, cantor e influenciador digital muito conhecido aqui no estado, e um nome relevante do movimento bregafunk, não só cita as marcas na letra das músicas, quanto as usa, de fato.

Apesar de toda propaganda feita de forma gratuita pelos MC’s do bregafunk, nunca vi essas marcas fazendo publicidade com esses artistas ou outros jovens negros periféricos. Pelo contrário: em todos os pontos de contato delas (feed do Instagram, site e demais mídias), só se vê pessoas brancas. Esse comportamento só endossa a afirmação de Meirelles sobre marcas buscarem se desassociar dos seus consumidores e clientes periféricos – onde a maioria são negros.

Apesar disso, ainda espero, de forma esperançosa, o momento simbólico e significativo em que verei pessoas como Anderson Neiff, que tem o mesmo corpo e vem do mesmo contexto social que eu e outros jovens, numa ação de publicidade em um outdoor dentro de um shopping ou lançando um produto em parceria com grandes marcas.

Sumário

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2 respostas

  1. Mas qual posicionamento tomar?
    Não usar a marca já que é claro o desejo de distanciamento, ou se apropriar destas mercadorias?
    As vezes penso que qualquer umas das alternativas são danosas, é cruel!

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